Alface (Lactuca sativa L.)
Alface lisa verde e roxa.
Hortaliça da família Cichoriaceae, tem como centro de origem a região Asiática. Ao redor do ano 4.500 a.C. já era conhecida no antigo Egito e chegou ao Brasil no século XVI, através dos portugueses. É a hortaliça folhosa de maior consumo no Brasil.
A alface é uma planta herbácea, com um caule diminuto ao qual se prendem as folhas. Estas são a parte comestível da planta e podem ser lisas ou crespas, fechando-se ou não na forma de uma "cabeça". A coloração das plantas pode variar do verde-amarelado até o verde escuro e também pode ser roxa, dependendo da cultivar.
A alface é classificada comercialmente, segundo o Programa Horti & Fruti Padrão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, em Americana, Crespa, Lisa (Figura 1), Mimosa e Romana. Desses tipos, o mais consumido é a alface Crespa. Segundo dados da CEAGESP para o quinqüênio 2000-2004, o tipo Crespa teve uma participação percentual em função da quantidade de engradados comercializados de 61%.
Alface crespa
Alface americana.
Época de plantio: pode ser plantado o ano todo, de acordo com as exigências climáticas de cada cultivar.
Espaçamento: 0,20 a 0,30 m x 0,20 a 0,30 m, de acordo com as características botânicas de cada cultivar.
Sementes necessárias: sementes peletizadas - 110.000 unidades/ha; sementes nuas - 0,6 a 4 kg/ha (semeadura direta) e 0,4 kg/ha (transplante).
Mudas de alface em bandejas de 200 células.
Controle da erosão: curvas de nível, patamares, terraços e canteiros em nível.
Calagem: aplicar calcário para elevar a saturação por bases do solo a 80%.
Adubação orgânica: aplicar 40 a 60 t/ha de esterco de curral curtido ou a quarta parte dessa quantidade de esterco de galinha.
Adubação mineral de plantio: aplicar 40 kg/ha de N, 200 a 400 kg/ha de P2O5, 50 a 150 kg/ha de K2O e 1 kg/ha de Boro, conforme análise de solo.
Adubação de cobertura: aplicar 60 a 90 kg/ha de N, parcelando em 3 vezes aos 15, 30 e 45 dias após a germinação (semeadura direta) ou aos 7, 14 e 21 dias após o transplante ( sistema de mudas).
Canteiros construídos em curvas de nível, antes e após o plantio de alface.
Irrigação: por aspersão ou localizada, de acordo com as necessidades. Os canteiros devem ser preparados de acordo com o sistema de irrigação a ser utilizado.
Outros tratos culturais: eliminação de plantas com vírus e controle de plantas daninhas. Princípios ativos registrados para controle químico de plantas daninhas no Estado de São Paulo em 25/07/2005: glufosinato de amônio, clethodim + fenaxaprop-P-ethyl e fluazifop-p-butil.
Pragas: pulgões, lagartas, mosca-branca, cochonilha, paquinhas, grilo, lesmas, caracóis, tatuzinhos, tripes do fumo, tesourinha e besouro preto. Princípios ativos registrados para controle no Estado de São Paulo em 25/07/2005: fenamidone, fenitrothion, imidaclorprid, malathion, parathion methyl, pirimifos-metílico, thiacloprid, thiamethoxam, trichlorfon.
Doenças: septoriose, mancha de cercospora, tombamento de mudas, podridão de esclerotinia (mofo-branco), queima da saia, míldio, mancha bacteriana, mancha de alternaria, mofo cinzento, ferrugem, podridão mole, antracnose (mancha em anéis), oídio, mosaico (LMV), vira cabeça, podridão da base das folhas externas e nematóides (Meloidogyne). Princípios ativos registrados para controle no Estado de São Paulo em 25/07/2005: azoxystrobin, captan, difenoconazole, folpet, iprodione, oxicloreto de cobre, oxicloreto de cobre + mancozeb, pencycuron, procymidone.
Colheita: efetuá-la quando a planta ou "cabeça" atingir o desenvolvimento máximo, porém, com as folhas tenras e sem indício de pendão floral (pendoamento). Em geral é feita entre 50 e 70 dias após a semeadura. A colheita é manual, cortando-se as plantas logo abaixo das folhas basais (saia).
Alface cultivada em túnel baixo.
Alface em ambiente protegido (estufa).
Produtividade normal: 80.000 a 120.000 plantas/ha em campo.
Rotação: repolho, cenoura, couve-flor, beterraba e feijão-vagem. Evitar cultivos sucessivos de alface, a fim de reduzir a ocorrência de podridão de esclerotínia, queima da saia, míldio , bacterioses e nematóides.
Fonte:
Instituto Agronômico - IAC
Centro de Análise e Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Horticultura
*Texto extraído do Boletim 200
Publicado em 09/08/2005
Nenhum comentário:
Postar um comentário