A Gota é um distúrbio metabólico caracterizado por níveis anormalmente altos de ácido úrico - um subproduto do organismo - no sangue e nos tecidos.
Na gota, são depositados cristais de ácido úrico nas juntas onde irão causar a chamada artrite gotosa. Eles também podem se depositar nos rins onde podem causar o aparecimento de cálculos renais (pedras). Em alguns pacientes, os altos níveis de ácido úrico são ativados por uma dieta rica em substâncias químicas chamadas purinas encontradas nas anchovas, nas nozes e em comidas de origem animal (derivadas de fígado, rins e articulações). Em outros pacientes, a própria produção corpórea de ácido úrico é simplesmente muito alta, independente da dieta deles. Isto também pode acontecer em certas desordens metabólicas genéticas hereditárias, na leucemia e no tratamento citotóxico para o câncer (quimioterapia). Ultimamente, a gota também pode acontecer quando a excreção renal (dos rins) de ácido úrico for muito baixa. Isto acontece em algumas formas de doença dos rins, na fome crônica e no consumo excessivo de álcool. Para alguns pacientes, é uma combinação destes fatores que conduzem ao ácido úrico em excesso no corpo e conseqüentemente à gota.
Alguns dos principais fatores de risco para a gota incluem a obesidade ou o ganho súbito de peso; uma dieta rica em purina; o abuso de álcool, especialmente aqueles que bebem em excesso mas de forma inconstante; pressão alta, especialmente se tratada com drogas diuréticas (que fazem urinar) como a Hidroclorotiazida; uma história familiar de gota; trauma ou grande cirurgia; e em certos tipos de câncer ou tratamentos para o câncer. Aproximadamente 90 por cento dos pacientes com gota são homens acima dos 40 anos de idade. A gota é bastante rara em mulheres jovens, e quando ocorre nelas, tipicamente aparece muitos anos depois da menopausa.
Quadro Clínico
O primeiro ataque de artrite gotosa normalmente envolve só uma junta (articulação), em geral o dedão do pé (hálux). Porém, o joelho, o tornozelo, o pulso, o pé ou os outros dedos, às vezes, são afetados. Na artrite gotosa, a junta afetada pode ficar vermelha, inchada e extremamente sensível ao toque. Tipicamente, até mesmo o lençol da cama não pode esbarrá-la sem ativar uma intensa dor. Depois do primeiro ataque de gota, os episódios subseqüentes mais comumente envolvem várias articulações. Às vezes, se a gota persistir por muitos anos, os cristais de ácido úrico podem se depositar nas juntas ou nos tendões dos músculos, debaixo da pele ou no pavilhão das orelhas, formando um depósito brancacento chamado de tofo (como pequenos nódulos).
Diagnóstico
Seu médico irá te perguntar quais medicamentos e dieta você faz uso (inclusive o consumo de álcool) e sobre qualquer história familiar de gota. Ele fará um exame físico com atenção especial para suas juntas dolorosas e para a presença de qualquer tofo.
Ele pode usar uma agulha estéril para remover uma amostra de líquido de sua junta inflamada. No laboratório, este fluido será examinado para ver a presença de cristais de ácido úrico microscópicos, que irão confirmar o diagnóstico de artrite gotosa. Seu médico também pode solicitar exames de sangue para medir o nível de ácido úrico em seu sangue. Dependendo de sua história e sintomas, você pode precisar de exames de sangue e urina adicionais para conferir a função dos rins.
Prevenção
Você pode ajudar a prevenir a gota ingerindo uma dieta saudável, evitando o abuso de álcool (especialmente as “bebedeiras”), evitar a desidratação, a perda de peso rápida, se você for obeso, e evitar o uso de diuréticos (pílulas para urinar) se possível. Para a maioria dos pacientes, as restrições dietéticas parecem ter pequeno benefício, mas você deve evitar qualquer comida que parece ativar ataques de gota.
Tratamento
Para tratar um ataque de artrite gotosa, seu médico começará o tratamento prescrevendo um antiinflamatório não-esteroidal (AINE), como a Indometacina (Indocid), o Ibuprofeno (Advil, Motrin) ou o Naproxeno (Aleve, Anaprox). A aspirina deve ser evitada pois pode elevar os níveis de ácido úrico no sangue. Se você não tolera o uso dos AINE (pacientes com gastrite, úlceras pépticas gastro-duodenais, etc), ou se estas drogas forem ineficazes, seu médico pode sugerir o uso de um corticosteróide. Podem ser dados corticosteróides por via oral ou podem ser injetados diretamente na junta afetada. Outra opção é uma injeção de hormônio adrenocorticotrófico, uma combinação que dirige sua glândula supra-renal a fazer mais cortisona. Embora às vezes a colchicina oral pode ser usada, ela tende a causar efeitos colaterais desagradáveis como náuseas, vômitos, câimbras e diarréia; sendo pouco tolerada em aproximadamente 80 por cento dos pacientes.
Seu médico pode prescrever o Alopurinol (Zyloric) para abaixar a produção corporal de ácido úrico.
Se os ataques são raros e respondem prontamente ao tratamento, esta abordagem não é necessária, mas geralmente é recomendada quando:
•Há ataques freqüentes de gota.
•Há ataques de gota que não respondem prontamente ao tratamento.
•Há ataques de gota que afetam mais de uma junta de cada vez.
•Há uma história de cálculos renais e de gota em outra época.
•Os tofos se desenvolveram.
•Há ataques de gota que não respondem prontamente ao tratamento.
•Há ataques de gota que afetam mais de uma junta de cada vez.
•Há uma história de cálculos renais e de gota em outra época.
•Os tofos se desenvolveram.
Aproximadamente 24 horas após a primeira dose de Alopurinol, os níveis de ácido úrico normalmente começam a cair, com uma diminuição máxima alcançada depois de duas semanas de tratamento diário. Outra abordagem de tratamento é aumentar a excreção de ácido úrico pelos rins tomando Probenecid ou a Sulfinpirazona. Estas drogas são efetivas em 70 a 80 por cento dos pacientes mas não são recomendadas se houver qualquer doença renal significante ou história anterior de cálculos renais.
Quando são prescritos medicamentos para reduzir o ácido úrico, um segundo medicamento para prevenir um ataque de gota também deve ser prescrito porque qualquer mudança no ácido úrico, aumentado ou diminuído, pode ativar um ataque. A colchicina de baixa-dosagem (por exemplo, 0.6 miligramas uma a duas vezes ao dia ou dia sim, dia não) ou uma dose pequena de AINE funcionam bem como terapia preventiva durante a terapia redutora de ácido-úrico. Uma vez o ácido úrico é abaixado podem ser descontinuados tanto o AINE como a colchicina. Porém, o remédio tomado para reduzir o ácido úrico (o Alopurinol, o Probenecide ou a Sulfinpirazona) tipicamente é prescrito por um longo tempo.
Qual médico procurar?
Procure um reumatologista ou um clínico geral sempre que você tiver dor e inchaço em uma junta. Se você já teve gota no passado ou uma crise típica, seu médico pode sugerir um antiinflamatório que ficará disponível para ser tomado precocemente em qualquer sinal de uma crise.
Prognóstico
Durante os primeiros ataques de artrite gotosa, o tratamento precoce com remédios normalmente aliviará os sintomas dentro de 48 horas ou menos. Sem tratamento, os sintomas de gota podem se resolver por si só, mas isto leva tipicamente vários dias.
Os medicamentos que diminuem a produção de ácido úrico ou aumentam a excreção de ácido úrico pelos rins são muito efetivos para reduzir seus níveis sanguíneos. Sem remédios a longo prazo para controlar o nível de ácido úrico no sangue, mais de 50 por cento dos pacientes que tiveram um ataque de artrite gotosa terá um segundo, dentro de seis meses a dois anos. Se sua doença for severa o bastante para levá-lo a usar um medicamento preventivo, tal tratamento é altamente efetivo para prevenir as crises e, durante meses ou anos, resolver até mesmo os tofos.
Fonte: www.policlin.com.br
Ácido Úrico
DIETA NA DOENÇA
HIPERURICEMIA (AUMENTO DO ÁCIDO ÚRICO)
Indivíduos com esse distúrbio, têm dificuldade de eliminar o ácido úrico, produto final do metabolismo da purina, formado na quebra de proteínas, principalmente de origem animal. Geralmente desenvolvem a gota úrica, doença que lembra a artrite, pela ocorrência de dores nas articulações.
Segue abaixo uma orientação dietética.
Alimentos a serem evitados:
Miúdos em geral (miolo, fígado, rins, coração, moela)
Alguns alimentos do mar, como sardinha, mexilhão, anchova, bacalhau, salmão, truta, atum, arenque, camarão, lagosta, ostra, caranguejo
Algumas aves, como pombo, ganso, peru, galinha, galeto
Carne de porco, embutidos, toucinho defumado, bacon
Caldo de carne e molhos prontos
Feijão, lentilha, grão de bico, ervilha, trigo
Frutas oleaginosas, como coco, nozes, castanhas, amêndoas, amendoim, pistache, avelã
Presunto, banha, extrato de tomate, chocolate, pão de centeio
Alho porró, aspargo, brócolos, cogumelo, espinafre
Todos os grãos e sementes.
Alimentos restringidos:
Carnes magras (patinho, coxão duro)
Peito de frango, filé de peixe (pescada branca)
"2 porções pequenas por dia"
Alimentos permitidos:
Leite e iogurte desnatados, queijos brancos
Ovos
Vegetais (exceto os acima)
Pães brancos e biscoitos de água e sal
Frutas em geral
Macarrão e arroz
Batata
Óleos vegetais (girassol, canola), em quantidade moderada.
Recomendações Importantes:
Utilizar preparações com carnes cozidas desprezando a água do cozimento
Carnes assadas não devem ser tostadas
Não utilizar preparações ou alimentos ricos em gorduras
Não ingerir bebidas alcoólicas
Ingerir 2 a 3 litros de água por dia
"Esta orientação nutricional não substitui a necessidade de acompanhamento médico."
Fonte: www.dietnet.com.br
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