Resíduos da agroindústria para produção de biocombustível



Embrapa analisa resíduos da agroindústria para produção de biocombustível (28/10/2010)
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Bagaço de cana,  de laranja, casca de arroz, caroço de açaí e  farelo de trigo são alguns dos resíduos da agroindústria que estão sendo avaliados para produção de enzimas, por meio de fermentação sólida, destinadas à fabricação de biocombustível de segunda geração. Os resultados da pesquisa são apresentados no I Workshop da Rede AgroRecicla que ocorre na quinta-feira ( 28), e sexta-feira ( 29) , na Embrapa Instrumentação, São Carlos-SP.
O evento reúne pesquisadores de 11 unidades da Embrapa e representantes de 10 instituições, incluindo universidades, sendo duas internacionais, empresas privadas e órgãos de pesquisa.

 O pesquisador Victor Bertucci Neto, responsável pelo desenvolvimento da pesquisa, junto com a pesquisadora Cristiane Sanches Farina, explica que os processos de fermentação sólida são capazes de usar como substratos resíduos da agricultura para produzir substâncias de alto valor agregado, sendo comparativamente mais compensadores em relação ao custo e à produtividade.

Quando comparadas à produção de enzimas chamadas Celulases, que são capazes de transformar a celulose das plantas em açúcares e, que depois serão transformados em etanol, por processos de fermentação sólida, verifica-se uma diminuição de custo de quase três vezes em relação aos processos de fermentação submersa.

 Porém, de acordo com o pesquisador, a fermentação sólida ainda não é aplicada em escala industrial devido à dificuldade de controle e monitoração das variáveis durante o processo, que ocorrem por causa da ausência de água livre, baixa condutividade térmica dos substratos sólidos e à baixa capacidade térmica do ar, que limitam a remoção de calor produzido pelo crescimento fúngico. “Desta forma, é necessário conhecer a fundo as condições de operação de cada microrganismo quando cultivado em diferentes substratos (neste caso o interesse são os resíduos), investigando-se, assim, as melhores faixas de operação em relação à umidade, temperatura e ao fluxo de ar, responsáveis pelas maiores taxas de produção de enzimas”, explica Bertucci Neto.

Cristiane Sanches Farina está em treinamento na Universidade de Cambridge,  tradicional instituição de ensino e pesquisa do Reino Unido, fundada em 1209, trabalhando com novos métodos para criação de enzimas.

Fonte: EMBRAPA INSTRUMENTAÇÃO.


                                                         Foto: Sweeter Alternative

Um dos maiores desafios no nosso planeta é a obtenção de grandes quantidades de energia capazes de manter em funcionamento as economias dos países. No caso do Brasil, não é diferente. E a preocupação não se resume a encontrar fontes de geração energética para sustentar o crescimento de uma sociedade cada vez mais produtiva, industrializada e que se consolida no ranking das nações mais competitivas do mundo. É preciso crescer com responsabilidade ambiental.
E uma das soluções desse quebra-cabeça está diante de nossos olhos. Fonte vegetal que é parte da cultura e da paisagem, a cana-de-açúcar produz mais do que o etanol (hoje já responsável pelo abastecimento de quase metade da frota de veículos brasileiros). O bagaço da cana está no centro das pesquisas que devem mudar a composição da matriz energética brasileira. O processo é conhecido como cogeração e, segundo projeções da Cogen-SP (Associação Paulista de Cogeração de Energia), a produção de energia elétrica a partir dessa fonte deve se tornar, já no próximo ano, o segundo negócio mais importante para as usinas de cana brasileiras, respondendo por cerca de 30% a 45% da produção.
Na prática, o lixo virou luxo. Sim, porque, antes da cogeração, o bagaço era queimado. Essa mudança de percepção também provocou uma importante alteração nos modelos de negócios das usinas e na forma como elas interagem com seus funcionários, colaboradores e, claro, o meio ambiente. Um exemplo interessante é o da Usina Santa Cruz, localizada no município de Américo Brasiliense, região central do Estado de São Paulo. Ao adotar a cogeração, passou a ser autossuficiente no consumo de energia elétrica e chega até a vender a produção excedente.
A empresa não é apenas uma grande produtora de açúcar e álcool; diversificou seus ramos de atuação e produz mensalmente 1,6 tonelada de papel, 109 toneladas de ferro e até 75 megawatts de eletricidade (o suficiente para atender à demanda de uma cidade com mais de 300 mil habitantes). Isso sem falar que os 3.500 funcionários passaram por treinamentos específicos, de forma a tornar todos os processos menos agressivos ao meio ambiente.
A geração elétrica a partir da cana já é uma realidade. Hoje, o volume equivale à produção da usina nuclear de Angra 1, no litoral sul do Rio de Janeiro. Em menos de uma década, será responsável por abastecer 20 milhões de brasileiros. E o melhor: sem a emissão de grandes volumes de poluentes para a atmosfera.
Artigo escrito por Henry Galsky
Fonte: www.respostassustentaveis.com.br

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